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adrenalina“É mais fácil os céus e a terra desaparecerem do que cair da Lei um traço”. Lucas 16.17

Você sempre quis saltar de pára-quedas, mas tinha muito medo de tentar. Mas um dia você encontrou alguém que já havia saltado cem vezes, e essa pessoa o convenceu da segurança que é saltar de pára-quedas. Sendo uma pessoa contagiante, ela lhe falou da liberdade de deslizar pelo ar… da descarga de adrenalina… da sensação de alegria indescritível.

Você agora está na porta do avião, olhando para o solo lá embaixo, muito, mas muito longe. Tudo foi verificado. Duplamente verificado. Você se lembra de um pensamento que sempre o ajuda nesses momentos de medo â?” pular de pára-quedas é mais seguro do que dirigir em uma auto-estrada. Os pára-quedas modernos são produzidos com tecnologia de ponta. Ainda por cima, existe o pára-quedas reserva. Entretanto, seu coração insiste em bater apreensivo.

De súbito, você salta! Você treinou tanto para este glorioso momento e, instintivamente, abre as pernas e os braços. A velocidade da queda é incrível, assim como a força do ar que vem de encontro a você. É como um sonho. Você está desafiando a lei da gravidade, descendo pelos ares a quase 200 km/h!

O solo está ficando mais próximo. Toda sensação normal de tempo é perdida. Velocidade, força do ar, alegria indescritível. Você confere o que diz o altímetro que carrega no pulso. Mais dez segundos e você puxará o cordão e sentirá o impacto do pára-quedas abrir-se. Tudo o que lhe disseram é verdade. A descarga de adrenalina não se compara a nada que você jamais sentira. Puxa, se pelo menos isso pudesse durar mais um pouco. De maneira relutante, você puxa o cordão, ele abre o compartimento, mas você não sente o solavanco!

Você levanta sua cabeça para trás para ter uma visão horrível: o pára-quedas se enrolou e balança como uma bandeirola. Seu coração dispara de pavor, explodindo em seu peito. Os olhos saltam de terror. Falta-lhe o fôlego enquanto se esforça para puxar o ar. Você tenta não se desesperar e procura lembrar o que aprendeu no treinamento… puxar o segundo cordão.

Nada acontece! Você puxa novamente. E puxa mais uma vez. Mais forte! Mais forte! Nada. Sua garganta solta um grito, um grito de pânico. O coração bate tão forte, que o peito parece estar a ponto de explodir. O suor escorre pelo corpo inteiro. Mil pensamentos invadem sua mente.-. A família! O destino!… Mais seguro do que dirigir em uma auto-estrada!

Você sussurra: “Como fui tolo… achei que poderia desafiar a lei da gravidade”.

Agora, uma lei implacável somente aguarda o momento do impacto. O solo vai se aproximando de você… Palavras não podem descrever o terror que invade sua mente. Uma voz começa a falar com você. É a voz do bom senso. A voz que você tanto ignorou: “Você bancou o tolo. Desperdiçou sua vida, a coisa mais preciosa que possuía, por causa de uma emoçãozinha barata. Você trocou seus entes queridos por uma descarga de adrenalina. Que idiota… que idiota!”

Uma palavra basta para descrever tal estado emocional gerado por essa decisão. Uma palavra ecoa pelos recônditos de sua mente apavorada enquanto o solo vai chegando cada vez mais perto, enquanto a morte se prepara para abraçá-lo. Uma palavra, uma palavra que você jamais tinha compreendido completamente até esse momento. A terrível palavra é remorso!

O mundo, a carne e o Diabo lhe sussurraram a idéia de que o pecado era uma coisa agradável. Que Deus não se importa com o pecado. Deus é amor. E seguro pular nos braços da iniqüidade e abandonar-se numa queda livre em meio à vastidão.

Você foi onde os anjos não ousaram pisar. Mas valeu a pena. A adrenalina é tudo o que o pecado prometia. Você bebeu da iniqüidade como se bebe de um copo com água. Amou a escuridão. Sua consciência falou-lhe várias vezes, repetidamente, mas você desprezou os avisos. Desafiou a Lei moral e gostou muito de viver assim intensamente.

Só que agora você está diante do Juiz, no dia do juízo. Puxa seu primeiro cordão ao dizer a Deus que você é uma pessoa boa. Nada acontece. A Lei moral vem de encontro a você. Em pânico, puxa o segundo cordão e diz a Deus que você acreditava nele. E outra vez nada acontece. Foi tudo em vão. Sua boca fica travada. A Lei moral vem de encontro a você ainda mais depressa, prometendo um impacto tão grande que o fará ser “reduzido a pó” (Lc. 20.18). A morte e o inferno já se preparam para dar o abraço final em você. Um terror indescritível lhe invade o coração. Sua consciência fala de maneira tão clara agora: “Como você foi tolo. Rejeitou a misericórdia de Deus em Jesus Cristo. Trocou seus queridos pelas delícias de um estilo de vida pecaminoso. Jogou fora o seu bem mais precioso, a própria vida, pelo mero desafio do pecado. Que idiota!

De repente, você se pega olhando para o teto de seu quarto, ainda pronunciando a palavra em seus lábios secos: remorso! Os lençóis estão ensopados de suor. Era só um sonho. Você olha para fora da janela e vê o sol rompendo através das árvores verdes. Era só um sonho! Já é de manhã. A manhã de um dia tranqüilo. Hoje, finalmente, você vai dar o seu salto de pára-quedas. Pela primeira vez.

 

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