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Texto Baseado em Mateus 15.21-28

O dia amanheceu como outro qualquer, trazendo consigo a mesma dor, a mesma angústia, o mesmo sofrimento para uma mãe que se sente impotente diante de uma filha querida que se encontra a mercê de espíritos malignos, sendo profundamente oprimida e atormentada.

O desespero batia à porta, quando de repente alguém chegou com a notícia de que Jesus, o judeu que pregava e operava milagres, curas e libertações, se encontrava na região. O coração disparou, a mão foi aos olhos e limpou algumas lágrimas que ainda restavam. A emoção falou mais alto do que a razão, a esperança foi renovada, uma decisão foi tomada.

A mãe, bastante determinada e resoluta, foi à procura daquele que poderia libertar a sua filha. Encontrou-o numa casa, e sem nenhuma cerimônia lançou-se aos seus pés, rogando-lhe que expulsasse da menina o demônio.

O silêncio de Jesus foi ensurdecedor. Aquela mãe, contudo, não desiste, aliás, as mães são as últimas pessoas que desistem de lutar pelo bem de seus filhos. Quando todos desistem, elas permanecem ali, firmes e inabaláveis, acreditando que ainda há uma esperança.

Despede-a! Disse alguns incomodados com a persistência e com o clamor daquela mãe. O Mestre resolve falar, todos aguardam atento o som da sua voz, que enfim declara: eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. A mãe, que era grega e de origem sirofenícia, ao escutar as palavras, tendo todas as razões para desistir de sua empreitada, humildemente cai prostrada aos seus pés, meigamente o adora e diligentemente implora, clamando: Senhor socorre-me.

As palavras do Senhor soam como que carregadas com certa indiferença, aridez e insensibilidade: – Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-los aos cachorrinhos.

Aquela mãe processa o que ouve em sua mente, respira fundo, e com um olhar terno e voz suave afirma: – Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.

Em outras palavras, a mãe persistente estava afirmando: Eu não quero o pão dos filhos. Por qual motivo eu desejaria o pão, quando as migalhas resolvem? Há migalhas aqui que poderão saciar a fome de ver a minha filha liberta. Há migalhas aqui que podem operar milagres. Há migalhas aqui que nenhum demônio resiste ao seu poder. Há migalhas aqui que podem fazer o sorriso voltar, a alegria ser restaurada e a paz prevalecer. Eu preciso apenas das migalhas, das migalhas que caem da mesa do meu Senhor!

Jesus volta o seu olhar penetrante para aquela mãe, e enxerga no mais profundo daquele pequenino ser, algo oculto aos olhos dos que o cercavam. Jesus percebe amor, coragem e fé.

Amor que supera os temores para com os preconceitos instaurados numa sociedade que coisificara a mulher.
Amor que supera as barreiras raciais, ao ponto de fazer com que aquele que era tido como um ser-menos (por ser mulher e não ser israelita) se aproxime e se humilhe diante de alguém, considerado do ponto de vista cultural da época, como um ser-mais (por ser homem e ser judeu).

Amor que supera todas as distâncias e empreende todos os esforços, na busca pelo bem estar do fruto de seu ventre.

Então respondeu Jesus, e disse-lhe: – Ó mulher! Grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.

 Nunca desista de suas conquistas em relação ao Reino de Deus. Seja persistente, ainda que tudo e todos estejam contra você, siga em frente, pois o Senhor está procurando achar fé na terra! "... QUANDO POIS O FILHO DO HOMEM VIER, ACHARÁ FÉ NA TERRA?" (Lc 18:8). Oxalá que seja a sua!


Deus abençoe a sua vida!
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